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Levantamento do G1 indica que 22 dos 54 senadores cujos mandatos se encerram neste ano não vão disputar um novo mandato nas eleições de 2018. Isso representa 27% do total de 81 senadores.

Os senadores têm mandatos de oito anos. Em uma eleição, renovam-se os mandatos de um terço deles (27). Na eleição seguinte, de dois terços (54), como é o caso desta, de 2018. Assim, estarão em disputa neste ano duas das três vagas de senador de cada estado. Na última eleição em que houve renovação de dois terços, em 2010, 27 dos 54 deixaram de concorrer.

O levantamento considera os nomes aprovados nas convenções partidárias, que se encerraram no último domingo (5). O registro das candidaturas na Justiça Eleitoral deve ser feito até o dia 15. Mas os partidos podem trocar candidatos até 17 de setembro. O primeiro turno da eleição será em 7 de outubro.

Entre os senadores que desistiram de disputar a reeleição neste ano, estão nomes como os de Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência em 2014, e Gleisi Hoffmann (PT-PR), atual presidente do PT.

Os dois, além de Helio José (PROS-DF), José Agripino (DEM-RN), José Medeiros (PODE-MT) e Lídice da Mata (PSB-BA), vão se disputar uma cadeira de deputado federal.

Outros cinco senadores vão concorrer a cargos no Executivo: Armando Monteiro (PTB-PE), Eduardo Amorim (PSDB-SE) e João Capiberibe (PSB-AP) disputarão o governo de seus estados; Regina Sousa (PT-PI) será candidata a vice-governadora; e Ana Amélia (PP-RS), candidata a vice-presidente da República na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).

Além desses, João Alberto de Souza (MDB-MA) desistiu da reeleição para coordenar a campanha de Roseana Sarney (MDB) ao governo do Maranhão.

Dos outros 11 que não concorrerão à reeleição, seis informaram que decidiram deixar a vida parlamentar para cuidar dos negócios e da família.

Em três estados, a renovação será total: Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Nenhum dos atuais ocupantes das vagas em disputa nesses estados, nenhum dos atuais ocupantes concorrerá.

Na Bahia, tanto Lídice da Mata (PSB) como Roberto Muniz (PP) vão ficar de fora da disputa pelo Senado em 2018. Ele, por motivos pessosais. Ela diz ter sido impedida de concorrer. “Expressamos o nosso descontentamento com a exclusão de uma mulher na chapa. Chegamos a avaliar a possibilidade de uma candidatura avulsa, porém, entendemos que isso traria muitas dificuldades às demais candidaturas do partido. Diante desse cenário, o PSB decidiu indicar o meu nome para disputar as eleições à Câmara”, disse Lídice, por meio de nota.
Em Minas, estão fora da corrida Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrella. O tucano anunciou a decisão de concorrer à Câmara na semana passada, com o argumento de que “ampliar o campo de apoio à candidatura que melhor atende ao projeto de reconstrução de Minas”, em referência ao também senador Antonio Anastasia (PSDB). Perrella disse que vai se dedicar aos negócios e à família.
Em São Paulo, Marta Suplicy (MDB) disse, em carta, que permanecerá na vida pública, mas não como parlamentar. “Neste momento, creio que poderei contribuir mais para mudanças atuando na sociedade civil do que continuando no parlamento”, escreveu. Airton Sandoval (MDB), que assumiu a vaga após Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) se licenciar para ser nomeado ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer (PMDB), disse que não disputará por “motivos estritamente pessoais”. O titular também não irá concorrer.
Por que eles desistem?
Na interpretação de especialistas, a decisão de trocar o Senado pela Câmara pode estar ligada a uma tentativa de manutenção das carreiras políticas após o envolvimento em questões rumorosas.

“Eles fazem pesquisas para saber o melhor caminho sobre esse tabuleiro eleitoral. Se eles buscam concorrer em uma categoria menos disputada, significa que querem preservar o poder e se manter no jogo”, analisa Fabiano Angélico, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) na área de transparência política.

Jacqueline Quaresmin, professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, vê o debate da corrupção como fator determinante nesses casos. “Os partidos estão tentando preservar nomes históricos. Então, os candidatos suspeitos de corrupção tendem a ser rejeitados internamente dependendo do grau de relação com os cargos”, explica.

Para Jaqueline, o aumento no número de candidatos a um novo mandato no Senado, 27 em 2010 para 32 neste ano, é negativo. “Os partidos grandes têm uma estrutura que acaba dando uma permanência para eles no poder. Então, tendem a manter nomes que estão consolidados para conseguir capilaridade e aprovar medidas de seu interesse. Assim, grupos minoritários não são representados”, coloca.

Fabiano Angélico, da FGV, por outro lado, não vê problemas nesse cenário. O pesquisador entende que o necessário é criar mecanismos de transparência e prestação de contas a fim de melhor analisar o desempenho dos mandatos.

Lucio Rennó, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) afirma que em outros países, o índice de reeleição é mais alto do no Brasil.

“Em comparação com outros países, como Estados Unidos que têm tentativa de reeleição em 95%, a porcentagem brasileira [60% dos atuais senadores tentarão reeleição] ainda é baixa. Mas, é surpreendente porque no Senado o mandato é muito longo [8 anos], então teria uma tendência natural para que se aposentassem.”

Fonte: G1

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