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Jornalista Fabio PereiraA sessão que determinou a admissibilidade do processo de impedimento da presidenta Dilma Roussef pode ser comparada a um jogo de futebol com resultado premeditado padrão FIFA. O Brasil foi goleado mais uma vez. No  apito o “malvado favorito” da claque” falso-moralista das redes sociais, o honorável réu Eduardo Cunha, qualificado “singelamente” pelo Procurador Geral da República como um delinquente, pela prática de diversas faltas criminosas, as quais podem lhe render mais de 180 anos de suspensão. Mas, enquanto o cartão vermelho não vem, ele conduz a partida. No papel de coadjuvante, o bandeirinha, melhor dizendo relator, deputado Jovair Arantes, que por coincidência histórica, levou um cartão amarelo e foi multado 3 dias depois pelo TRE  de Goiás por cometer uma falta grave na sua última campanha.

Diante da TV, a torcida assistiu a um festival de firulas e trombadas protagonizadas por parlamentares pernas de pau. Teve de tudo, até aqueles (as) atletas que mudaram recentemente de camiseta e passaram a beijar entusiasticamente o distintivo do novo clube contratante com juras de amor eterno, ao mesmo tempo passaram a insultar de maneira inflamada o time anterior.Nem das pedalas do Robinho se ouviu falar em campo. Com o placar se alargando e a vitória garantida, cada gol do time das “pessoas de bem” para ser notado merecia uma dedicatória criativa e calculada para cair nas graças da galera. Na câmera localizada no fundo do gramado os (as) jogadores (as) homenageavam deus, a pátria, a família e outros.

O duelo terminou tarde e invadiu o horário do Fantástico. Não teve direito a música para os goleadores. Para ser justo, teve a sirene da Polícia Federal na casa da deputada Raquel Muniz, que havia dedicado seu gol ao marido e prefeito exemplar de Montes Claros, Minas Gerais, preso no dia seguinte por fazer “jogo sujo” com o dinheiro da saúde.

 Parlamentares suspeitos, e de reputação questionável, valeram-se de duplicidade moral, hipocrisia e do desconhecimento da população sobre as suas trajetórias para arrancarem aplauso da arquibancada diante de um jogo com resultado arranjado. Não fosse bastante o oportunismo e a ausência de espírito público, a manifestação do deputado Jair Bolsonaro, exaltando o zagueiro torturador Brilhante Ulstra,do time da ditadura, que chutava até a morte os adversários já caídos no chão, carimbou aquela peleja como um dos mais nojentos cuspes na cara da democracia brasileira.

A defesa do impeachment a qualquer custo, com o pretexto da necessidade de se retirar o PT do poder, faz jus a uma metáfora com um episódio da Copa do Mundo no México, em 1986. Grande parte dos argentinos encaravam a partida eliminatória contra a Inglaterra como a possibilidade de revanche da derrota no campo militar, ocorrida 4 anos antes na Guerra das Malvinas, na disputa pelos arquipélagos austrais que até hoje estão sob o domínio britânico, que os chamam de Ilhas Falkland.

O gol irregular, marcado com a mão por Diego Maradona, foi rotulada pelo próprio como ”La Mano de Dios”(A Mão de Deus) e ajudou na vitória da equipe sul-americana.A trapaça foi tornada divina e celebrada pela torcida,afinal para eles,assim como para vários deputados e torcedores pró  impeachment, o gol pode ter sido roubado,porém foi mais gostoso.Era  contra o rival odiado que tinha uma pendência num outro campeonato de uma outra modalidade.Valia tudo.

E assim segue o campeonato. Ainda haverá o jogo final no Senado. O “Impeachment Team” que venceu a partida na Câmara com uma larga vantagem e o apito amigo do juiz segue para o segundo confronto ainda com um grande fã clube inflamado pela mídia,disposta a tudo e desconhecedora da trama dos bastidores. Os patrocinadores de peso seguem firme no apoio (FIESP,Globo,entre outros).Já o “Não Vai Ter Golpe Futebol Clube” mantém as esperanças com a mudança do arbitro do segundo jogo,sua galera animada que fez muito barulho no jogo fora de casa e pressionará nas ruas e nas redes sociais.

Jornalista Fabio Pereira

Classe Política

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