O Verão é a estação mais convidativa do ano para ir à praia, tomar aquele desejado banho de piscina ou para juntar a família e os amigos para atividades ao ar livre. Entretanto, é nesse período que especialistas alertam para o aumento de arboviroses como a dengue, zika e chikungunya. “A estação reúne características importantes para que mosquitos como Aedes aegypti e Aedes albopictus possam se desenvolver. É quando ocorrem chuvas esparsas, fazendo com que muitas vezes a água fique acumulada em criadouro. Além do mais, o calor propicia o desenvolvimento mais rápido dessas lavas, que consequentemente se tornam o mosquito”, explica o médico infectologista Robson Reis.
Para combater os focos dos insetos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza diversas ações de rotina por toda a Salvador, promovendo visitas domiciliares e em pontos estratégicos – locais considerados criadouros potenciais como cemitério, bueiros, oficina, borracharia, mercados e galpões que guardam materiais recicláveis. Para o trabalho, são utilizados inseticidas, larvicidas e carro fumacê. Desde a última sexta (6), 50 agentes de endemias do órgão fazem mutirão na Cidade Baixa, percorrendo os bairros do Bonfim e Ribeira – onde a ação acontece até esta quarta-feira (11).
Segundo balanço parcial já foram visitados 800 imóveis, sendo que em nenhum houve registro de foco do mosquito. Cerca de cinco mil cartazes e panfletos educativos foram distribuídos aos moradores. O mutirão acontece em parcerias com a Limpurb e com a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps). A iniciativa consiste na visita de casa a casa, além de trabalhos de manejo ambiental, roçagem, limpeza, remoção e descarte de lixo.
Chikungunya – Entre as epidemias que mais preocupam está a chikungunya. Isso porque a doença, em comparação com a zika e a dengue, é a que mais impacta diretamente na qualidade de vida do paciente, uma vez que ela traz febre, dores musculares e principalmente dores articulares (artralgia), que podem se manter por três anos, quando alcança fase crônica. Outro motivo para se preocupar com a chikungunya é que ela foi a arbovirose que menos atingiu baianos no passado. A Bahia contabilizou 56,8 mil casos de zika, 52,6 mil de chikungunya e 65 mil de dengue, segundo o último boletim epidemiológico. “As pessoas estão teoricamente mais imunes à zika e à dengue, já que tivemos muitos casos nos últimos anos”, aponta Reis.
Como ninguém quer ficar de cama ou ter complicações de saúde em pleno verão, alguns cuidados podem ser tomados para prevenir a proliferação dos mosquitos transmissores. Como precaução, é imprescindível eliminar os focos e os criadouros dos Aedes, não permitindo acúmulo de água em vasos de planta, pneus, latas, ou em qualquer compartimento de armazenagem desprotegido. O dever de manter recipientes com água protegidos não se limita ao próprio ambiente. O infectologista Robson Reis salienta que vale alertar a família, os amigos e o vizinho ao lado para que eles também tomem os cuidados devidos.
Doenças de verão – O Verão também é o período no qual determinados vírus, bactérias e fungos costumam se proliferar. Dentre as doenças que costumam atingir à população nessa época estão conjuntivite, micoses de pele e infecção urinária. No caso das duas primeiras, o médico infectologista Robson Reis ressalta que as duas primeiras geralmente ocorrem pelo contato com água imprópria para banho, em ambientes como praia e piscinas. Por isso, é bom sempre estar atento às condições do ambiente. Já a infecção urinária costuma acontecer nesse período porque as pessoas perdem muito mais líquido através do suor e não se hidratam adequadamente.