O secretário da Secretaria de Desenvolvimento Urbano; Nelson Pelegrino, concedeu na manhã desta sexta-feira (12), uma entrevista ao programa Jornal da Manhã, apresentado pelos Jornalistas Ricardo Ishmael e Thaic Carvalho, sobre a desativação do sistema de transporte ferroviário na próxima segunda-feira (15).
Pelegrino afirmou que estão fazendo várias imagens para o lançamento de um livro e gravando um filme para posteriormente mostrar toda a história dos trens do Subúrbio no museu que funcionará na Estação da Calçada.
O secretário também falou que não serão mais só 10 estações e que serão 25 estações. e que serão 23.3km em um transporte rápido, confortável, com segurança. Quando o VLT estiver circulando poderá usar o celular ou tablet e utilizar o wi-fi, em uma viagem de 20 minutos de Paripe até a Calçada.
Ele ainda afirmou que a previsão de conclusão da obra é de 24 meses.
Quando foi questionado sobre a ação do Ministério Público da Bahia para que os serviços do transporte ferroviário não fossem suspensos na próxima segunda-feira (15) o secretário respondeu:
” Eu tenho um profundo respeito pelo Ministério Público, tenho muitos amigos no Ministério Público, agora ás vezes, alguns integrante do Ministério Público, só conseguem enxergar a árvore. Não consegue enxergar a floresta. Não são gestores. Não tem vocação pra gestor. Quem é gestor sabe o que significa cada atitude e cada decisão que é tomada … essa obra já está atrasada. Por causa da pandemia nós adiamos a paralisação dos trens. Esse adiamento aconteceu porque estávamos tomando uma série de providências para que quando o trem parasse as obras pudessem pré-formar de forma rápida. Essa obra no cronograma original que foi assinado pela primeira vez era pra ficar pronta no final do ano. No termo aditivo que fizemos em fevereiro do ano passado onde o percurso foi estendido até A Estação Acesso Norte essa obra já deveria ser encerrada no final de 2022. A cada atraso a obra é vai sendo projetada pra frente. Existe uma equação econômica financeira e as vezes quando se faz um tipo de providência dessa não se tem ideia do prejuízo que causa. E pode implicar em um reequilíbrio financeiro o gestor responde por esse equilíbrio … o contribuinte responde por esse equilíbrio”.
O secretário também falou sobre a divulgação da paralisação dos serviços:
” Nós iniciamos o processo de esclarecimento um mês antes que os trens iriam parar. As pessoas sabiam que os trens iriam parar. E sinceramente um adiamento por mais 3o dias não vai mudar significativamente as coisas. Mas vai impactar na obra, vai gerar mais atrasos ainda e pode gerar prejuízo muito maior ao erário porque isso pode gerar um equilíbrio econômico financeiro. Nós entendemos o problema. Nós estamos consciente dele. Já algum tempo a gente vem conversando com a Prefeitura de Salvador. Nós estudamos e fizemos um plano de contingência. Iniciamos todo o trabalho no Subúrbio de esclarecimento e de sinalização”.
Pelegrino ainda afirmou durante a entrevista que havia instalado uma comissão de acompanhamento de obra formada por uma série de lideranças do subúrbio e que estava discutindo todos os aspectos da obra, a questão do transporte, as desapropriações, os impactos, os benefícios e as obras complementares que serão feitas.
O secretário ainda falou sobre o porque as conversas sobre a tarifa social não avançaram.
” Pela dificuldade justamente desse tema. Nós fizemos um estudo profundo não só são 1000 pessoas que pegam diariamente o trem que não tenham diariamente condições de pagar pela tarifa acima de R$0,50 (cinquenta centavos). Veja que um estudo que eu tenho da década de 90 e 2000, revela que nós temos hoje em Salvador um milhão de deslocamentos a pé na cidade. Não é um milhão de pessoas. Nós temos hoje doze mil deslocamentos no Subúrbio que representa seis mil pessoas que viajam diariamente. Então são talvez quinhentas mil pessoas que vão para o trabalho a pé. Que vão para escola a pé. Que vão para o comércio a pé. Que vão fazer alguma atividade a pé porque não tem condições de pagar sequer uma tarifa de R$0,50 ou de R$ 4,20. Esse é um problema social. problema de mobilidade urbana que nós temos que não é só do Subúrbio. É da cidade de Salvador. É do Estado da Bahia e do Brasil. Nós estamos discutindo essa questão. O sistema está perdendo passageiros porque os passageiros não tem condições de pagar a tarifa. Temos outros modais como vans que servem o Subúrbio. Carros particulares. Entendeu … nós temos uma crise no sistema”.
” … não é só a população do Subúrbio que não tem condições de pagar R$0,50. Várias regiões da cidade também não tem condições de pagar R$0,50. Eu tenho dito e tenho repetido as questões que diz respeito a gratuidade e redução tarifaria é a competência da cidade do município de Salvador. O sistema de transporte coletivo de transporte urbano ele é gerido pela Prefeitura Municipal de Salvador. Ela que tem o controle. É que sabe exatamente quando custa a tarifa. Quanto é a tarifa de remuneração. E a prefeitura suporta seu subsidio como o estado também suporta o seu … “.
” … O VLT do Subúrbio também será subsidiado. Você vai pegar o VLT no subúrbio ou em Simões Filho e vai poder chegar n estação e pegar o metrô ou um ônibus. Então o Estado na suporta esse subsidio. Nós fizemos um estudo e chegamos a conclusão que não são apenas essas 500 ou 1000 pessoas ou essas marisqueiras que pagam R$0,50 hoje que precisam de um transporte diferenciado. Se a gente for fazer pelo corte social não vai ficar cadastrando as pessoas. Se fizéssemos a partir de algum corte social não seria apenas 1000 pessoas poderia de 50 ou ou 100 000 pessoas que não tem condições de pagar essa tarifa”.
” Todos os nossos estudos mostraram a inviabilidade de fazer a prática desse tipo de transporte. Teríamos que fazer intervenção no sistema urbano isso não é possível. Nós estamos abertos a discutir essa questão e nunca deixamos de discuti-la. mas fizemos uma discussão exaustivamente e nesse momento não encontramos uma solução. Infelizmente não encontramos uma solução. Agora cada um no seu cada qual. O estado da Bahia está se propano a fazer a modernização do trem do subúrbio e volto a dizer que em algum momento esse trem iria parar. Iria parar por falta de peças. Ia parar por falta de manutenção. Não que não quiséssemos fazer a manutenção e nem troca de peças é porque não existem mais no mercado peças para manutenção… “