
A IV Conferência Territorial os Direitos das Pessoas com Deficiência do território de identidade da Chapada Diamantina reuniu, nesta quinta-feira (8), em Seabra, no auditório da Uneb, representantes dos 24 municípios do território. O encontro foi o último dos 27 realizados na etapa territorial, que reuniu representantes do poder público e lideranças da sociedade civil em torno das discussões sobre os desafios para a inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência.
O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Geraldo Reis, também presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência (COED), realizou a abertura oficial do encontro, ao lado do militante Jan Carlos Pereira, presidente da ong Acessse, Claudilson Santos, secretário municipal de Educação de Seabra, representando o prefeito José Luis Maciel, da vereadora Eurly Pinto, da coordenadora do colegiado do território da Chapada Diamantina, Geisa Gabriele, e da subtenente Farias, da Polícia Militar.
“A participação popular é de fundamental importância para a formatação de políticas públicas e sua transformação em leis, em marcos legais, que são essenciais para cristalizar esses direitos. Nós não temos aqui um conjunto de coitadinhos, um conjunto de pessoas pedindo favor, e sim pessoas que têm consciência dos seus direitos e que fazem valer esses direitos”. Um dos exemplos citados pelo secretário de política pública resultante de demandas populares é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante a transferência mensal de um salário mínimo às pessoas idosas e às pessoas com deficiência comprovadamente de baixa renda.
“Temos ainda uma missão muito árdua que é a de transformar a cultura e a visão da sociedade quanto às pessoas com deficiência, começando pela própria família, que deveria ser a primeira a abrir as portas para essas pessoas, e não deixá-las entre quatro paredes”, disse Geraldo Reis.
Tema transversal – Com o mote Os desafios na implementação da política da pessoa com deficiência: a transversalidade como radicalidade dos direitos humanos, o encontro apresentou a palestra de Clarissa Cristina Oliveira, conselheira do COEDE, que ressaltou a importância de levar a questão da acessibilidade para as diversas áreas de direitos, como saúde, cultura, lazer, educação, entre outras. Clarissa lembrou que as pessoas com deficiência somam 25% da população baiana e 24,7% da brasileira.
Para o ativista Jan Carlos, primeiro cadeirante a descer o Elevador Lacerda de rapel, “para existir inclusão social, primeiro é preciso existir acessibilidade. Somos pessoas normais, simplesmente temos nossas dificuldades. As outras pessoas podem ajudar muito, vencendo a falta de comunicação e juntando-se à nossa luta”. Na oportunidade, Jan Carlos divulgou a próxima ação de visibilidade da sua ong, que será a descida de rapel no poço Garganta do Diabo, na Chapada Diamantina, a fim de fomentar o turismo acessível.